Paris Apaixonada

       Será que o amor apenas acontece em Paris?

Quem sabe? Quem a desejou sempre a quis, passear por suas ruas glamourosas com aroma de café, croissant e um baguette recheado, quentinho, recém saído do forno. Passear de charrete, ter um mordomo,  um dia de madame. A vida em Paris se faz apaixonada, se faz apaixonante, cantinho, templo dos casais, templo dos amantes. Até a garçonete traz o café na bandeja com ares românticos repletos de suspiros. A beleza está em Paris, mas não essa beleza caricaturada talvez, mas uma beleza que somente Paris sabe reconhecer. A beleza de passear na rua, de um charme de uma praça, de uma ponte, de um lago, de um rio, ou de uma modelo magricela caminhando desapercebida por um fotógrafo oculto atrás de um poste de luz.

     Paris seduz e traz em sua natureza um encantamento de uma poesia, de um romance admirado em suas vitrines e suas calçadas. Cada passo em Paris tem um aroma, tem um cheiro, um perfume a ser descoberto, a ser sentido e desvendado, traz a arte, o mistério da moda em rodas de carruagens antigas vividas por seres contemporâneos. Paris traz classe em sua modernidade, demonstra paixão em olhos desconhecidos. Em Paris se pode encontrar um marido, ou viver solteira, platonicamente, para sempre. Não se pode passar por essa cidade, sem comprar um presente, uma lembrança, com um sonho, uma esperança de encontrar um amor de verdade, mesmo que esse amor seja por fotografar a Torre Eiffel em uma paisagem de um dia chuvoso. Ler um livro perdido em uma galeria de arte, passear pelos jardins de Versailles, fazer uma self em um museu, nem Galileu Galilei conseguiu ser tão matematicamente filosófico quanto Paris. Se um dia, alguém me fotografar bebendo água de um chafariz, por favor, não me tome como um louco, pois apenas quem vive em Paris, morre de amores aos poucos.