Quando eu abro a janela






Quando eu abro a janela
Eu vejo o sol
Eu sinto a lua
Eu escuto o silêncio
Da rua
Eu fico divagando
Pensando que
Eu não gosto de carne crua
E que ficaria constrangida
De andar nua pela cidade!
Quando eu abro a janela
Eu vejo pessoas
Eu admiro paisagens
Penso que estou em
Outro época
Passeando de carruagem
Saudades...
Vejo muitas imagens
E fico escutando
O assoviar dos passarinhos
Cantando para o sol da aurora
De seus ninhos
Fico pensativa
Converso com
Uma estrela amiga
Pensamento voa sozinho
Vejo rosas
Com alguns espinhos
E um casal apaixonado
Se amando de cantinho!



Quando eu abro a janela
Eu vejo os olhos dela
Sigo seus passos
Sem ritmo
Descompasso
Vi um circo ir embora
Sem palhaço!
Permaneço confuso
Rodopio em parafuso
Num tumulto de pessoas
Sinto o toque do vento
E os pingos da garoa
Choro do nada
Rio à toa!
Quando eu abro a janela
Vejo um senhor
Um lendário coroa
Na parada de ônibus
Lendo uma revista
Um menino
Sentado na calçada
Comendo um pedaço
De broa de milho
Quando eu abro a janela
Logo me deparo
Com um andarilho
Falando com
Uma menina
Vestida de princesa
Lendo livros
De contos de fadas
Pego uma cadeira
Fico escorada
Sobre as almofadas
Quando eu abro a janela
Escuto a vizinha
Rindo sozinha
E contando piadas!
Olho para o céu
E não vejo nada
Estrelas piscam
Para mim sob
O breu da escuridão
Um carro na contramão
Um alguém sem rumo
Sem palavras
Sem direção!
Fecho a janela
Como de costume
Tento dormir
Com a luz dos vaga-lumes
Um pouco de insônia
Meus cabelos
Estão ressecados
Passo um creme de amônia
Escuto alguém chamando
Pelo meu nome
Sônia?
Flexiono os joelhos
Coço os cotovelos
E debruço-me sobre
Um travesseiro de
Sonhos perdidos
Ligo o ventilador
Escuto um zumbido
Abro a janela
E fecho o vidro
E deixo o raio de sol entrar...
Meio tímido
Meio escondido!







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