Contos de uma transplantada



A LENDA DA FÊNIX
Sim, eu renasci como uma Ave Fênix.
Tudo começou no ano de 2014...
Fiquei hipertensa 26/19 de tanto estresse que passei por trabalhar na PMPA. Vida de professor não é fácil e eu como transplantada renal há 25 anos não aguentei o trampo! Não tinha resistência física e somente neste ano eu adoeci mais de 20 vezes (pneumonia, gripes, anemia)! Chegava em casa e só chorava e junto a tudo isso ainda tinha que escrever para o mestrado, corrigir provas e ficar noites sem dormir! E com isso minha função renal foi se indo...Comecei a perder muito cabelo e a me sentir muito fraca.
Não desisti! No ano de 2015 eu tentei a licença médica, mas ela me foi negada e tive que me exonerar e depois disso? Meu rim piorou muito. Eu ainda tinha esperança de reverter o quadro, pois somente as palavras CATETER E HEMODIÁLISE me faziam sentir vontade de morrer!
A creatinina subia e descia e eu sempre com fé que meu rim Rick (nome em homenagem ao cantor Rick Martin, que fazia muito sucesso no ano de 1991) iria resistir, afinal eram 25 anos de transplante (05.10.1991)!

Em Dezembro de 2015, minha nefrologista deu a notícia:
-- Elisa, não dá mais, tu precisa entrar na lista e fazer diálise peritonial!
Minha resposta:
-- Never, eu prefiro me atirar por aquela janela! (teatral).
Aos poucos eu fui aceitando e me resignando e em 10 de Março de 2016, eu coloquei o cateter e em 01.04.2016 comecei a fazer a diálise 4 vezes por dia, além das injeções e aplicações de Noripurum endovenoso. Minha mãe quem me dialisava manualmente, pois eu não queria ficar presa a uma máquina,então eu optei pelo procedimento manual!
3 MESES DE DIÁLISE
No dia 13 de Julho de 2016 eu fiz o transplante e tinha certeza que talvez fosse a minha hora, mas a cirurgia foi um sucesso e em oito dias eu já estava em casa! Em Outubro já retirei o cateter e graças às preces e orações de todos meus amigos e familiares (Valtamir Veronez Junior,Carmem Dora BorgesDenise PachecoPatricia PachecoFlavio Luiz Marques TeixeiraBerenice Scott Fontoura) e em especial à grande família Nazareno ( centro espírita), tudo deu certo!
15 DE MARÇO DE 2017, eu fui internada na emergência por sepsemia, infecção generalizada, devido a uma infecção urinária assintomática! Fui entubada a seco, foi a pior semana da minha vida! Tinha certeza que dessa eu não sairia viva. Minha amiga Carol Mariath Corrêa achou estranho que fazia dias que eu não respondia no whats. Foram sete dias internada. Ufa, passou, eu tive alta, cheguei a frequentar uma semana de aula na UFRGS (estava fazendo disciplina Pec), mas depois de quinze dias, a infecção volta e meu rim começa a piorar!
Diagnóstico: a causa das infecções era o meu ureter entupido, complicação do transplante. Fui hospitalizada no dia da prova do doutorado e fiquei mais 45 dias internada cheia de sondas e cateteres, passei todos os feriados de Abril no hospital e ouvia os barulhos da greve geral pela janela!
03 DE MAIO DE 2017 eu tive alta e a primeira coisa que eu fiz? Beijar a parede da minha casa, do meu quarto, agradecer a Deus que eu estava viva!
Por que eu estou contando tudo isso?
Porque hoje eu estou com 0,76 DE CREATININA, e meu rim novo, cujo eu dei o nome de IKKI DE FÊNIX (o cavaleiro mais forte dos zodíaco que ressurge das cinzas), está funcionando a mil por hora! E isso me faz a pessoa mais feliz do mundo!
E se você tem dois rins funcionando dentro de você, agradeça a Deus, pois você não faz ideia do que é viver sem rim!
AVEEEEEE FÊNIXXXXX




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