Bossa nova de um poeta esquecido







Eu não sei o que sou,
Eu não sei o que faço!
Sou um poeta errante
Quebrado em mil pedaços!
Sou a rua, a avenida,
A embriaguez perdida,
Sou o tapa no chão
E o fio do cordão!
Sou um músico, sou
O samba, sou
O frio no verão!



Sou um anjo no inferno
E um diabo no céu
Bebendo um trago qualquer
E...
Comendo um pastel!
Um mendigo sem rumo
Segurando um chapéu!
Sou morte, sou vida
Que menina atrevida!
Sou mar, sou terra
E o limão da bebida!
Sou uma gota de
Chuva que dança
No céu,
Não acredito
Em coelho, nem
Em papai Noel!
Sou um traço, um
Risco no meio
Do papel!
Sou traça, sou bicho
O lixo do caminho,
O sapatinho que dança,
O cavaquinho que toca,
Sou gente, sou
Crente, um ser
Humano que gosta!
Que gosta de passarinhos
Que gosta de avião
Que come um misto quente
Que toma um chimarrão!
Sou pedra, sou fome
Um alguém por aí...
Que ama muitas histórias
Lê mangás
E gibis!
Um poeta do nada
Comendo abacaxi!
Sou fera, me espera
Porque estou indo aí,
Sou bruxo, te busco
Você não vai fugir!
Sou um rouba ladrão
Sou um tiro no escuro
Sou um cão acanhado
Um gato em cima do muro!
Sou sol, sou terra,
Um planeta girando,
Uma gaita parada,
Uma gaita tocando!
Sou um doido varrido,
Um maluco gritando!
Sou um são esquisito
Sou o tempo e o
Mito, sou um
Tal Zé qualquer
Bebericando um café,
Sou um poeta esquecido,
Sem malícia e sem fé!
Sou alguém no horizonte
Um ninguém sem destino
Um errante na vida
Um amante, um menino!
Sou joia, sou Troia,
Talvez um sonhador,
Sou lenda, sou mito
Buscando o amor!



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